“Há muitas moradas na casa de meu Pai”. Com estas palavras, há mais ou menos dois mil anos atrás, o mestre Jesus já buscava a abertura consciencial dos seres humanos para aquilo que nossa ciência vem aos poucos comprovando nestes últimos séculos a respeito da infinidade de corpos celestes e mundos que constituem este Universo de proporções infinitas, do qual o planeta Terra faz parte como simples grão de poeira cósmica a executar seu bailado sincronizado.
O que nossa ciência não pôde ainda comprovar, ou ao menos se absteve de emitir um parecer favorável, é para o fato da infinidade de formas de vida e civilizações que constituem a “Casa do Pai” que é o Universo em que vivemos.
A falta de posicionamento sobre este e outros fatores a respeito do Universo por parte de nossa ciência, colabora em muito para a manutenção da maior parte dos seres humanos na ignorância das maravilhosas leis universais que regem a Criação divina, dentre elas, a lei da transmigração dos espíritos e bem como do intenso intercâmbio existente entre as diversas civilizações mais avançadas que habitam o Universo. O problema maior não se deve à simples sonegação de informações, mas sim, à falta do esclarecimento que poderia proporcionar aos seres humanos o crescimento que o habilitaria ao contato direto com outras civilizações do Universo.
Isto, em parte se deve ao materialismo pelo qual, há milênios, o homem vem optando, em detrimento do verdadeiro e único caminho que é o da interiorização e o da busca dos valores reais, os do Espírito. Em parte, e como conseqüência direta do fato anterior, deve-se também ao obscurantismo religioso que vem imperando há quase dois mil anos, instituído no atual ciclo da humanidade através da igreja católica, do qual temos as mais infelizes lembranças na "santa" inquisição e nas guerras religiosas em nome de Cristo.
Apesar deste estado de inconsciência no qual vem se mantendo a maior parte dos seres humanos a respeito de si próprios e das leis divinas, elas não falham em sua sabedoria, e vem cumprindo a risca os ciclos evolutivos do Universo, sejam eles referentes aos instantes de vida de uma simples bactéria ou aos bilhões de anos que compõem a existência de uma estrela.
Um dos aspectos da evolução da Criação no Universo já observado por diversas escolas espirituais em nosso mundo, dentre elas o Espiritismo, são justamente os ciclos evolutivos pelos quais passam os planetas e suas civilizações.
Utilizando como exemplo a escala passada a Kardec pelos Espíritos, onde, para um maior entendimento, se estabelecem diversas categorias não absolutas de mundos habitados, podemos observar a existência de diversas etapas pelas quais passam os mundos em sua caminhada evolutiva.
No período de transição entre uma etapa e outra, podemos notar, mais acentuadamente, o processo de renovação pelo qual passa um planeta e sua humanidade, devido à necessidade de se despojar de antigos padrões (vibratórios no caso dos planetas) e conceitos ligados a um nível (consciencial no caso dos seres humanos) que vai ficando para trás, urgindo que seus habitantes se adeqüem, tanto consciencial quanto vibratoriamente, para que possam entrar nesta nova fase ligada à nova categoria à qual passa a pertencer o planeta.
Falando sobre a categoria dos mundos de expiações e provas, que é a que melhor conhecemos por pertencer a Terra ainda a esta categoria, as mudanças mais visíveis que podem se processar, tanto durante o período principal de sua transição para a próxima categoria quanto nos períodos de transição intermediários - prováveis no decorrer de cada ciclo - são as alterações geológicas, as de meio ambiente e a própria alteração (verticalização ou inclinação) de seu eixo, fatores que propiciam, com o desaparecimento e o ressurgimento de continentes, a redefinição parcial ou total da crosta de um planeta, como se deu em nosso mundo com o afundamento dos continentes da Lemúria e da Atlântida, com a conseqüente aniquilação das civilizações que na época existiam.
Estas mudanças, obviamente afetam radicalmente os ciclos da vida no planeta, acarretando a extinção e o aprimoramento de espécies e também o desaparecimento e o ressurgimento de civilizações que nele se desenvolvem.
Estão portanto os ciclos planetários intimamente ligados aos ciclos pelos quais passam a humanidade que o habita, sendo, porém, o próprio ciclo planetário que impulsiona o progresso humano, mesmo que, em casos extremos, devido à falta de abertura consciencial, através das mudanças bruscas muitas vezes associadas às fases de transição.
Devido à necessidade de equilibrar a vibração conturbada de transição e bem como auxiliar os seres que habitam o planeta a passar com maior tranqüilidade por esta fase, muitos seres de distintos níveis evolutivos e procedentes de diversas localidades no Universo estão atualmente atuando no planeta Terra, muitos dos quais, atendendo às necessidades de renovação planetária, encarnando, para que possam vivenciar a transição entre os seres humanos, auxiliando-nos e extraindo deste momento suas próprias lições.
Os acontecimentos mais relevantes, porém, para o equilíbrio e a renovação em um planeta, não só em fases de transição, mas durante toda sua história, são as encarnações dos grandes mestres das ciências humanas, dos mestres espirituais e, principalmente, dos avatares.
Vem daí a grande variação consciencial que podemos observar em nosso próprio mundo, onde constatamos em certas épocas, a coexistência de Espíritos angelicais como o de nosso mestre Jesus ou de gênios como Albert Einstein, com tribos de autóctones canibais, mal saídos da idade da pedra.
A passagem desses grandes mestres por nosso planeta, como verdadeiras luzes condutoras da humanidade, se apresentaria totalmente deslocada em meio às tendências inferiores e antagônicas desta mesma humanidade, pois, de onde teriam surgido tais mestres portadores de ensinamentos tão avançados para uma sociedade ainda em estágio evolutivo tão atrasado? Este fato vem, na verdade, comprovar o intenso intercâmbio existente entre os diversos mundos, no qual entidades de grande evolução espiritual deixam seus mundos e, apesar de não mais necessitarem encarnar em mundos de matéria mais densa como o nosso, submetem-se por vontade própria a encarnações em mundos ainda em estágios evolutivos inferiores, onde assumem missões de difundir conhecimentos e, desta forma, promover o progresso nas diversas áreas do conhecimento humano.
Desta forma, concluímos que nem só de exílios são compostos os intercâmbios interplanetários, mas também pelo intercâmbio de grandes mestres espirituais e bem como de trabalhadores abnegados de diversos níveis evolutivos.
Na obra "O Sublime Peregrino", Ramatis faz a distinção destes dois aspectos, designando-os como "Queda Angélica" - no caso dos exílios compulsórios; e "Descida Angélica" - no caso de encarnações de grandes mestres e avatares provenientes de mundos superiores.
As mais significativas "Descidas Angélicas" ocorrem de acordo com a necessidade evolutiva da humanidade, concretizando-se através da encarnação de grandes mestre e avatares do porte de Jesus, Krishna, Buda, Sai Baba, etc., sendo, porém, processos que dependem única e exclusivamente da vontade destes Espíritos iluminados. Conforme já citado anteriormente, estão incluídas também entre estas "descidas" à matéria as encarnações de seres dos mais diversos níveis evolutivos existentes entre o nível em que se encontra a maioria dos seres humanos e o nível dos grandes avatares.
Estes seres iluminados que, de tempos em tempos, encarnam entre nós, são na verdade irmãos que já caminharam pelos mesmos caminhos por onde atualmente caminhamos, com a diferença de já contarem com a experiência de inúmeras vidas mais em diversos planetas e dimensões, onde, por mérito próprio, venceram suas próprias limitações e as dificuldades impostas pela dualidade presente em mundos de níveis semelhantes ao encontrado atualmente no planeta Terra, o que os credencia a orientar ou conduzir o progresso dos seres que aqui laboram na atual fase.
Devido ao fato de procederem de outros pontos do Universo, podemos carinhosamente chamá-los de nossos "Irmãos das Estrelas", nossos irmãos maiores, que por aqui passam ou aqui encarnam para nos resgatar de nossas próprias limitações e da ilusão gerada por nossos próprios defeitos, auxiliando também com sua vibração mais elevada a elevar a vibração planetária como um todo, contribuíndo para que cada ser que esteja aberto à renovação, tenha a chance de elevar sua própria vibração e, conseqüentemente, possa adequar-se à nova ordem que se instaura na Terra.
A passagem destes seres iluminados por nosso mundo sempre foi um fator de fundamental importância para a evolução de nossa humanidade e, ainda mais, durante o período de transição planetária, quando os seres necessitam realizar a opção entre aceitar a renovação que bate às portas de seus corações ou permanecerem na vibração mais densa e, desta forma, serem compulsoriamente transmigrados.
As transmigrações são dispositivos evolutivos universais que visam o aprimoramento dos mundos e das consciências que os povoam. São na verdade grandes processos de seleção natural, onde as almas transmigradas nunca se perdem, apenas são levadas a mudar seus campos de trabalho, deixando suas antigas moradas, sendo que, tanto para os irmãos que ficam quanto para os que partem, esta separação é a maneira mais adequada para a evolução, pois cada qual passa a necessitar de experiências diferenciadas para seu próprio aprendizado, fato que está relacionado ao nível evolutivo ao qual passam a buscar, tornando-se imprescindível que continuem suas experiências temporariamente sem intervenções mútuas.
Na atual situação de nosso planeta, encontramos seres desenvolvendo-se consciencial e espiritualmente a níveis elevados, enquanto boa parte dos habitantes continua mantendo-se presa a níveis de atuação quase completamente inconscientes das leis que regem o universo, devido à falta de realização de uma verdadeira reforma íntima, e bem como da busca individual pela harmonização com a Essência espiritual que anima cada ser, processo também conhecido como auto-realização.
Conseqüentemente, encontramos um quadro onde forças mentais antagônicas coexistem, forças mentais positivas convivendo com forças mentais negativas, sendo que, estas últimas, jogadas na natureza do planeta, podem propiciar o aparecimento das grandes catástrofes e cataclismos prováveis aos finais de ciclos evolutivos planetários, quando se sucedem os grandes exílios. A atuação simultânea destas forças faz com que as catástrofes ocorram nos locais onde existe maiores concentrações de energia negativa e, de forma contrária, onde existe maiores concentrações de energia positiva, a natureza prossegue de forma exuberante.
Portanto, as transformações bruscas pelas quais passam os planetas, são parte de dispositivos de reajuste cármico de suas humanidades e também da renovação planetária, a qual é regida por forças universais que constroem e transformam dentro da Criação divina, configurando, desta forma, ciclos, dentro dos quais a essência das criaturas e da Criação como um todo tem a possibilidade do aprimoramento.
Podemos encontrar na literatura espiritualista fontes confiáveis que tratam do presente assunto, como, por exemplo, a vasta obra do autor Trigueirinho que, dentre outros temas de grande relevância para a humanidade, trata também da questão da renovação planetária e bem como do surgimento em nosso planeta de uma nova fase, regeneradora e mais harmoniosa.
A título ilustrativo, vejamos então, a seguir, o que o autor Trigueirinho nos diz a este respeito em sua obra "Mensagens para uma Vida de Harmonia":
"Convivem harmoniosamente no universo energias que constroem e energias que destroem. As primeiras criam e alimentam formas - uma atividade, a encarnação de uma pessoa, os ciclos de uma civilização, por exemplo. As últimas possibilitam que a essência abandone as formas que já não lhe correspondem, que estejam limitando sua expressão. Destroem para libertar."
"Ambas as energias são necessárias para que a vida prossiga seu curso. Se não houvesse a energia que a certa altura destrói nosso corpo, que é apenas a forma externa que tomamos em determinada encarnação, como seria possível para a essência que o habita continuar um ciclo criativo numa próxima vida e progredir?"
"Terminado um ciclo, a essência precisa de formas mais perfeitas para manifestar-se de novo. Em termos planetários, se não houvesse a energia que provoca cataclismos e faz com que uma civilização desapareça, como a essência daquela civilização poderia reaparecer de maneira mais perfeita em outra, posterior?"
"Como poderia o espírito que nos move realizar um trabalho de crescente qualidade, se a certa altura não surgisse outra forma para ele animar?"
Muitas, e por vários profetas, foram as profecias feitas nos últimos tempos a respeito do presente final de ciclo. Muitos também foram os charlatões e exploradores da boa fé humana, fato pelo qual devemos manter aguçado o bom senso, sempre utilizando-nos de nossa razão para analisarmos e do coração para sentirmos o quanto de verdade existe naquilo que nos chega.
Não deixaram de existir, porém, médiuns e profetas confiáveis que por nosso mundo passaram com a missão de alertar os seres humanos a respeito das probabilidades dos acontecimentos futuros, visando com isto, principalmente, abrir nossas mentes para o fato de que a única forma de evitarmos as grandes catástrofes exteriores é eliminando as catástrofes interiores, calcadas em nossos próprios vícios e paixões. Desta forma, podemos também encontrar registrado na literatura espiritualista, diversas profecias e mensagens que apontam para os prováveis rumos que a humanidade pode tomar em um breve futuro.
Contudo, falar de probabilidades, é algo complexo e nem sempre bem interpretado, principalmente quando estas probabilidades dizem respeito ao futuro da humanidade, podendo não ser muito agradáveis do ponto de vista imediatista com o qual está imbuída a maior parte dos seres humanos. De acordo com o que nos relatam algumas profecias, existem probabilidades apontando para o exílio compulsório de dois terços da humanidade atual. Existem também, grandes probabilidades da ocorrência de diversos tipos de adversidades neste período de transição pelo qual passamos, porém, devemos considerar também a possibilidade deste exílio poder perfeitamente ser consumado através do desencarne natural dos seres que por ele terão que passar. Conforme já foi dito anteriormente, tudo vai depender de como será o empenho de cada indivíduo em sua própria reforma íntima e na busca pela harmonização com a essência divina que reside em seu próprio interior, para que, todos, unidos em uma só corrente positiva, possamos instaurar em nosso planeta, a partir de hoje e a partir de cada um, esta nova fase de paz e de amor.
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